quarta-feira, 20 de novembro de 2013

sutilezas

hoje eu senti o cheiro dele de perto mais vezes. almoçamos todos juntos, e ele sentou perto de mim (não eu perto dele).
fizemos a mesma piada muitas vezes. nos olhamos nos olhos muitas vezes. eu ficava nervosa e desviava rápido. não faço ideia se ele nota, mas sempre que ele fala comigo eu sinto calor nas bochechas.

mais tarde, fiz um comentário de trabalho pelo bate papo eletrônico e ele escreveu meu nome em vocativo quando agradeceu. senti um frio na espinha imaginário (fruto de uma leitura uma vez cujo argumento era o de que o nosso nome dito pela pessoa que amamos nos chama de um jeito diferente e mais doce, o que por sua vez me lembra que eu nunca gostei de apelidos de casal - sempre tive, nunca dei) e lembrei que ele estava escrevendo, e que isso não queria dizer nada. como se adivinhasse o meu frio na espinha, ele se desculpou por escrever meu nome, com o argumento de que ainda estava com a cabeça no bate-papo em grupo que até ali vínhamos tendo com os outros colegas, onde o vocativo seria necessário. eu disse apenas "ok", ou talvez algo mais evasivo ainda.

é tão sutil o fato e tão grande o efeito disso em mim quanto realmente, honestamente e circunstancialmente platônico é esse gostar.

mesmo assim é bom ter um cantinho quentinho no coração de simplesmente querer alguém bem porque a linda alma da pessoa parece que escapa pelos olhos quando ele sorri.

pelo bem de todos, só preciso cuidar para não prestar muita atenção no cheiro quando ele me ajuda com problemas de software. o cheiro me hipnotiza e se eu sentisse mais vezes ia acabar precisando fazer alguma coisa.

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