sábado, 29 de dezembro de 2012

urge ter uma memória melhor

decidir é fácil. executar também.
não mudar de ideia é que é o tchan da felicidade.

se as situações tivessem se mantido nas duas vezes eu estaria aqui nervosa por estar com alguém com todas as incompatibilidades que eu sabia que eram impossíveis de ultrapassar, no caso de ambos.

decidi não enrolar mais e cá estou, triste triste triste me sentindo sozinha e me corroendo de saudade por dentro, de ambos. e questionando cada centímetro de escolhas que até dias atrás pareciam a linha reta de um raciocínio perfeito (e olhando preços de passagens para surpreender o cara que eu mandei embora na cidade em que ele está -- espero não conseguir, mas preciso de ajuda para passar o tempo sem esse nó da porra puxando meu coração pra garganta).

a época do ano não ajuda, mas nenhuma época ajudaria... quando muito, é vital lembrar que a família e os amigos (todos viajando) amam você, por mais que o amor que parece te completar seja outro que aparentemente não existe.

sei lá. queria conseguir lembrar melhor da parte ruim pra essa falta do que fazer ficar mais parecida com a liberdade que eu queria.

sábado, 15 de dezembro de 2012

carta a um ex

Antes de mais nada, peço desculpas por esta carta e por tudo que eu me acho no direito de te dizer. Por tudo o que eu te fiz passar e todas as coisas mal explicadas. Peço desculpas pelas explosões, e pelos carinhos mais ávidos que as seguiam. Peço desculpas pela culpa que eu sinto de não ter podido ser a pessoa que eu sei que você merece.

Mas, como a gente sabe, eu nem sei. Eu nem sei direito o que eu te fiz passar, porque a gente não se viu mais. Eu deduzo, mas eu não sei. E eu queria saber. Eu queria saber não só porque eu queria tirar essa culpa horrorosa, mas porque eu queria mesmo, genuinamente, do fundo do meu coração saber como você está, e te ajudar se você precisasse, com o que fosse.

Eu queria te dizer o quanto você fica bem de azul, e o quanto eu amo quando você canta e olha para as pessoas e fica envergonhado. Eu queria te dizer que eu sinto falta de conversar contigo, sobre coisas nossas ou sobre as coisas do mundo, que também são nossas e que na maioria das vezes a gente finge que não. Eu queria poder te ligar agora, agora, e tomar uma cerveja contigo e te dizer todas essas coisas e mais umas tantas.

É muito triste amar alguém e não amar o suficiente. O amor que sobra quando a gente precisa se separar de alguém por conta de uma coisa alheia a eles tem que ir pra algum lugar, mas o meu continuou aqui. Eu não quero que tu queiras que eu te ame daquele jeito que eu não consigo, mas eu queria poder te amar desse jeito aqui, porque não fazer isso me pesa, me dói, me arranca de mim e me faz querer ficar sozinha te escrevendo coisas que eu nunca vou entregar, sobre tudo que eu talvez nunca consiga te dizer.

Eu sonho com coisas que são horríveis até pra mim, e também por isso eu te peço desculpas. Eu sonho em poder te beijar quando eu sinto tudo isso, mas sem fazer um estrago em nenhum de nós. Eu sonho em te ver beijando alguém e não sentir meu coração rasgando no meio por baixo do peito que encolhe e não solta e me congela. Eu sonho em achar isso bonito, em te saber meu como quem sabe seu um amigo aquem a presença de outro amigo não ameaça, e em saber que os dois sentimos assim. Eu sonho com tudo isso para enfim poder fazer eu mesma, em vez de morrer por dentro por não fazer o que me é natural.

Eu sonho contigo, comigo, e com tudo o que parece impossível. Sei que tenho que me resignar.

Te amo, ainda, para sempre.