terça-feira, 25 de novembro de 2014

sonho lúcido pra que te quero

in my dream we have a tour van
packed all up with instruments
us and the guys we drive in the sun
blasting the stereo and smoking pot
you and me we touch all the time like we used to
sometimes legs, sometimes hugs, sometimes hands
i run my fingers through your curls
and look into your chayote eyes without shame
and they look back into mine
squeezed in a smile
we grab coffee and hot dogs
and you lick the ketchup drop I spilled on my thigh
like it's no big deal
at the motel we have a few beers and play for hours
then we lay and kiss and cuddle and love
and it's never embarrasing or weird
even less both, like now

(só dá pra postar porque não dói mais, acho que estou raqueando. mas que coisa, hein)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

cinco minutos

depois de digitar hahahaha ela foi botar aquilo no google. leu sobre, reconheceu o filme, respondeu adequadamente com uma piada, boa até, e mais um hahaha. ele usava muitos hahahahahahaha um antes e um depois de cada coisa que dizia. ela sabia imitar. ele não gostava de emprestar livros, porque eles nunca voltam do mesmo jeito. ela tentava não andar com livros emprestados fora de casa. os dela, cuidava só que não se molhassem, de resto deixa eles dançando e zanzando na bolsa. ele devia ter uma tecla de favorito só pro hahahahahahahahahah no celular, não era possível. ela ia imitando aos poucos, um haha aqui, um hahaha ali. aos poucos ele ia se vendo nela, achava que ela era algo parecido com um par dele, e achava que devia tentar passar o trabalho de encontrar ela. porque sim, não esqueçamos, esse cara aqui não sai de casa. ele é, digamos, pacato. ele gosta de ficar em casa escrevendo e falando pela internet. ele fica nervoso com a pessoa ali, do lado, sem hora pra ir embora. ela também sabe imitar isso. a piada do filme funcionou lindamente, ele respondeu 'concordo' usando tipo cinco palavras e agora um huahuahauhauahuaha, genuíno. se ele soubesse que os livros dela ficam mastigados, será que isso arruinaria tudo?

terça-feira, 11 de novembro de 2014

das sombras

"se o sentimento existe anyway, faz tanta diferença assim verbalizar?"

"mas o que na solidão te incomoda tanto?"

bom, pra começar, eu não conseguiria me autofazer essas perguntas na hora certa, pra frear a crise com aquela eficiência. na solidão eu penso isso sozinha, mas levo cinco vezes mais tempo. essas perguntas realmente mudaram meu humor, e parece mesmo que de um jeito útil por mais tempo.

de qualquer forma, na rússia a tristeza sente você.

não pode ser medo do tédio, ele é florescente de possibilidades. não pode ser que eu não curta peidar quando eu bem entendo, é uma das melhores coisas ever. to aqui sozinha e to achando massa. digo, to conversando com a tela branca. mas to focando no som e no desenho, quase dormindo.

li sobre hipnose sendo usada como alternativa a anestesia geral para cirurgias viscerais na frança. a química do bem estar está aqui, I just gotta master it.

por enquanto, bom descanso, cerebrinho.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

pelo amor de deus, mina

surtos psicóticos aparte, eu me considero não louca, ainda, porque eu tenho perfeita noção de que exagero e de que essas emoções enlouquecidas não dizem respeito à realidade. como pode eu ter me sentido tão mal e tão ansiosa em função de uma coisa que absolutamente não era importante, dado o fato de que estava fadada ao fracasso? não dá nem pra chamar de fracasso, foi um pulo de bungee sem elástico, avião kamikaze na torre blindada. a torre nada, e eu explodi. eu devia ter abraçado a porra da morte com dignidade, mas fiquei me debatendo que nem um peixe burro.

não estou nem braba de verdade, só com um pouco de vergonha do escândalo. e um pouco curiosa também. o que é essa coisa que me faz ficar daquele jeito? será que eu devia mesmo voltar pros remédios? será que só terapia já ajuda? reza? fuga pro exterior?

sei que some sugar does help. desde que ele voltou (dois dias) eu to bem mais sussa (meu corpo manda em mim, loucura). que mania de anunciar as abstinências só pra não cumprir. isso tb tinha que ser investigado.

que coisa.

domingo, 2 de novembro de 2014

fuck you.

tu não tem como fazer ideia. eu to quase te contando, mas não tenho coragem. eu te escrevo aqui e me pergunto se algum dia tu vai abrir esse link de novo e o chapéu vai te servir, mas ao mesmo tempo não tenho nem medo porque tu não me dá a mínima. não mais do que eu te obrigo, eu sei. são muitos anos, muitas coisas no meio. depois de tanto tempo eu não podia mesmo esperar nada muito enfático de ti. o fato de tu não ter sumido devia bastar. mas não basta, é tudo tão cheio de buracos. tu nunca mais me deu um beijo. um beijo só. a gente chega a transar sem se beijar. é ridículo. eu não aguento mais essa amizade em sépia e essa falta de saber o que vai acontecer. 

aquela vez que eu contei de ti pro outro, não foi porque eu não sei mentir, foi porque eu não quero mentir. tu tem esse lugar aqui e infelizmente ele é teu e por mim todo mundo saberia, mas eu to demorando pra perceber que a recíproca não é verdadeira, que tu não me afirma nem diante de gente loca, que tu aceita ser ajudado por mim mas não pilha me ajudar, presencialmente, digo. já foi mais fácil lidar, o foda é que nesse momento isso mistura com o nervosismo e o fato de tu não me dar um abraço passa a contar mais do que antes, mesmo com a ajuda prática (bem truncada, direi a verdade, sem querer ser mal agradecida). 

eu só to assim porque eu to sozinha. se eu tivesse mantido meu namoro por inercia eu estaria sofrendo por causa do namoro, não de ti, falar contigo seria um leve consolo, porque o abraço eu já teria, mesmo com sofrimento. porque, sim, sempre tem sofrimento no fundo de tudo. hoje é tu que me dói, porque eu me livrei dos outros. o que será que vai doer se eu tentar me livrar de ti, for good? 

porque o guru diz pra eu parar de me colocar em situações vulneráveis, tipo te fazer convites que eu sei que tu não vai aceitar, só pra chorar depois, ou ir na tua casa sabendo que tu tem uma loca à espreita. eu devia, sim. hoje eu deixei de ir aí, me achei sábia. te convidei pra vir, tu não quis, como eu já esperava. será que se eu te contasse dessa bola de pelos na minha garganta tu ia querer aceitar mais? ou ia querer que eu sumisse mesmo, da banda e tudo, de vez? será que algum dia tu vai querer me dar um beijo de novo? um beijo só, só porque sim, porque deu vontade? que seja só porque eu preciso... esse precisar é estar vulnerável, se eu te cortasse, talvez fosse mais fácil.

a dor de pensar no desprezo que te causaria ler isto não tem nada de poético, é bem horrorosa na real. a minha resignação, pelo contrário, a parte de mim que sabe que tu nem vai ler e nem vai saber de nada e eu vou superar essa merda sozinha dessa vez, sem namoro-consolo, essa é resplandescente de Beleza. só preciso de mais um cigarro.

se der certo a empreitada vou cortar o cabelo.