terça-feira, 17 de abril de 2012

craving

é necessário registrar que o ser humano é um eterno insatisfeito, e é quando as coisas vão melhor que mais surge (procura) sarna pra se coçar.

preciso de sexo. simples assim. mas não é qualquer sexo, é sexo com qualquer um que não seja ele, porque o sexo dele eu conheço e sei como funciona.

eu sei que as coisas não estão interligadas, porque eu consigo amar alguém e ainda assim querer outras pessoas. mas estou começando a achar que se eu não der pra outro rápido vou passar a gostar menos deste, de puro tédio.

eu deveria ficar solteira, mas sei que assim também não ia ser plena, e todos temos que escolher entre uma falta de plenitude e outra (olha que moça equilibrada e resignada! nem parece eu...). mas juro que se eu não resolver isso logo a balança vai mudar de lado.
(pior é que nem, eu só vou começar a ser uma idiota e brigar por qualquer estupidez.)

horrível, né? eu sei.

mais horrível ainda é que os dispostos se atraem e há candidatos (sim, no plural. mais plural do que a minha mente consegue administrar). candidatos realmente dispostos a manter tudo quieto e sugar-nos mutuamente de alegria proibida. mas eu ainda não fiz nada desde a vez que decidi não fazer mais nada.
(oh wait, online sex doesn't count)

mas o problema maior é que TUDO é mais legal na minha cabeça. daí eu encontro eles e é sem graça, e me expus à toa.

eu deveria ficar solteira, mais sei que assim também não ia ser plena porque quando a gente está solteira nada acontece. aí eu ia achar o primeiro e o primeiro ia querer me namorar e eu ia estar carente e ia querer também e dali a um mês tudo ia voltar ao lugar de agora.

difícil a vida, viu?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

lonely boy

uma nostalgia funda, pesada, quente e contínua. quase confortável. quase.
sentia que tudo o que fazia que não fosse aquilo era cansativo, penoso, um estágio de espera entre esta vez e a próxima.
queria colo, precisava pensar, não conseguia produzir no trabalho nem em casa, era grosso com as pessoas. sabia-se bom e generoso, mas precisava dormir. antes que dormisse direito não conseguiria mais ser bom. talvez se dormisse direito conseguisse se sentir bem de novo, sem precisar recorrer àquilo.
querendo dormir, decidiu fazer alguma das coisas que tinha que fazer. trabalhava e pensava sem parar, mas se distraía a cada minuto e tinha que começar de novo.
pensava que tinha que parar de se distrair, e mais uma vez era sabotado por seu próprio funcionamento, porque pensar em não se distrair não é o mesmo que não se distrair.
precisava parar.
não sabia se precisava parar de trabalhar, de dormir ou de fazer aquilo. ou de pensar naquilo em vez de trabalhar ou dormir ou fazer aquilo.
decidiu que ia trabalhar, depois dormir. se acordasse mal, ainda faria, uma ultima vez. isso o confortou, ao menos não era uma decisão extrema.
enquanto trabalhava pensava na ultima vez que faria aquilo com uma ansiedade quase infantil. pensando nisso, não terminava.

acabou não terminando nunca. mas, mesmo nunca mais dormindo, sonhou para sempre com o que ia fazer quando acordasse.