quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Depois de tanto verbo a pessoa morre


Pensamento filosófico do dia:
Tudo passa. Até essa alegria e essa autossuficiência e essa coisa que parece que eu sou a pessoa mais eficiente e esperta e magra e maravilhosa do universo.

Enquanto não passa, menciono que ontem descobri que meu eu lá de fora terá uma coluna assinada em breve. Deus do céu, eu tenho medo.  Vou falar só sobre coisas, claro, mas mesmo assim tenho medo que todo mundo me julgue e me ache imbecil. Nevertheless, não estou cabendo em mim de felicidade. WEIRD.

Sei que vai ser horrível em muitos momentos, e tenho que saber que um dia isso vai ser odiado, como tudo na vida. Mas né, enquanto essa pessoa não morre, o verbo rolará solto e bonito e seja o que os deuses quiserem.

Feliz vida, cosmos!

sábado, 24 de novembro de 2012

Viva a solidão intrínseca da existência


Passei a vida (amorosa) inteira achando que tinha que estar com alguém. Continuo achando, até. Mas recentemente descobri que venho desenvolvendo um senso de valor que passa diretamente pelas coisas que eu faço, ou que eu consigo fazer. Tem a ver com tempo, com capacidade e com disposição. Mas principalmente com disposição, genuína.

Nunca escrevi tanto, e nunca pensei tanto sobre isso. O que é que é aquela coisa que só eu, do meu jeito, conseguiria falar, escrever, musicar ou plasticar sobre de um jeito que acrescentasse de verdade alguma coisa no mundo? O que é o fator de interesse da minha essência artística e, consequentemente, humana? Estranho estar pensando nisso antes de, de fato, botar alguma coisa no mundo de verdade. Mas é, talvez isso seja uma pista...

Agradar o público e o cônjuge requer força, estrutura, tempo. E solidão.

{Não aquela "de verdade", que as pessoas sentem quando estão tristes e não tem pra quem chorar. Essa é triste, doída, e não produz positividade. Aliás, conheço poucas pessoas que já estiveram de fato nessa situação (preguiça ou vergonha de pedir ajuda não é a mesma coisa), e posso dizer que as que eu conheço merecem, e eu não tenho tanta pena assim.}

A solidão aqui quase podia ser chamada de consciência. A consciência de que a gente é composto de coisas que faz, de amigos que tem e de uma séria de fatores que quem decide é a gente mesmo. E sobre os quais a gente tem controle e nos quais ninguém mais manda.

Reclamar da falta de produtividade é tempo gasto sem produzir. Reclamar do namoro pelos aspectos de incompatibilidade é reflexo de estar focando nas coisas erradas, porque a vida tem que funcionar como um todo, e as incompatibilidades filosóficas superficiais com um cônjuge estão aí para serem supridas pela gente mesmo, seja com os amigos, com os livros e músicas e festas e o que quer que seja que cause brilho na existência. Cada coisa da vida é uma coisa, e todas as que eu quiser devem entrar no calendário.

Estou escrevendo aqui com tempo contado, e tem que ser assim se eu não quiser enlouquecer. Aquilo da rotina é cada vez mais doce, me sinto quase burra de não ter notado antes o quão elementar é tudo.

Time's up, bora trabalhar mais um pouco, aproveitando que eu gosto do que eu faço.

:D

P.S.: Fumei normalmente desde o segundo dia da minha resolução. People are flawed, but well-intentioned. Um dia eu chego lá. (destaque para o aperto no peito que dá escrever isso, a culpa ainda vai me dar uma úlcera antes do cigarro)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

decisões difíceis para uma vida melhor


Parei de fumar, hoje é meu segundo dia. Não quero mudar de ideia, por isso estou escrevendo aqui.

Há uma semana eu tanto fiz que consegui pó. Depois de uma noite com uma curva de diversão extremamente descendente, eu disse que, pelo menos até o ano que vem, no more. Só que neste fim de semana fiz de novo. E olha que eu disse que não ia fazer porque foi ruim. E mesmo assim eu quis depois. Incrível, não?

A questão toda é a inconsequência, é aquela sensação momentânea de que a ação x não vai causar problemas, quando no fundo você já sabe que sim. Dependendo da droga isso se manifesta mais ou menos rápido, mas o princípio é o mesmo. E, infelizmente, eu não sei “reduzir”. Continuar e tentar me controlar não tem valido a pena, e neste fim de semana fiquei fisicamente doente por causa da junção do cigarro (em excesso, afu) com o resto do que eu tinha dito que não ia mais fazer.

Anyway, só pra registrar que parei de fumar. Um fator a menos para a morte prematura. ;D

Agora já ta me dando vontade, mas tenho que ser forte. Vai ser bom. Mimimi. :~

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

the humming person in the back

http://grooveshark.com/s/Sonata+No+17+K+570+II/zfq14?src=5

ouvi isso agorinha, trabalhando.
tenho certeza de que tem alguém cantarolando algumas partes, bem no fundo. talvez o pianista, ou o próprio maestro.

isso me fez pensar que sempre tem alguma coisa a mais rolando na cabeça quando a gente executa qualquer coisa, principalmente artística.

tenho ouvido uma vozinha de vez em quando, cada vez que uma ideia de conto ou um conceito de teoria me atinge. não é uma voz física, claro, não estou alucinando. é como uma sensação, como alguém cantarolando ao fundo as partes importantes do raciocínio, como quem passa o dedo pelo texto para ajudar a leitura.

o que será que, no fundo, eu estou dizendo pra mim sobre o que eu quero escrever?

céus, essa é a diversão mais tensa que eu já experimentei. e olha que o páreo é duro!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

conselho musical e comentários aleatórios

cada vez que eu entro aqui me dou conta de como estou sempre na mesma, confusa com o mundo, enlouquecida por causa de algum cara, real ou não, e me odiando porque não produzo o suficiente e só quero me chapar.

faço votos de só escrever sobre coisas ou escrever ficção ou tentar poesia ou parar de vez. mesmo que ilustrativamente, urge refocalizar a produção ou parar.

digo votos, porque né, além de tudo nunca se sabe se o comando vai executar o que a gente decide como um todo que é o melhor a fazer. roleta russa das próprias promessas a gente vê por aqui.

comentário do dia: descobri Maperque no Grooveshark agorinha. nem todas servem, mas gostei.

comentário do dia II (pra gente ver que quando começa consegue): estou revendo Twin Peaks depois de ter lido o diário e visto o filme e etc. never gets old.

feliz ressignificação da (minha) existência pra geral aí.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

epifania forçada, alegria de viver todo dia e marcador novo.

ia usar esta manhã para escrever (ou começar) um conto que me ocorreu no finde. infelizmente, fui informada de que minha irresponsabilidade com relação a levar documentos a uma consulta médica, combinada com a boa-fé da secretária, vai me render ter que tapar o buraco no salário dela. tipo, agora, tenho que sair de casa.

ao mesmo tempo, veja só, papai está me ajudando a organizar as ideias internamente, e eu acho (acho) que está funcionando.

sobre as crises da semana passada, estou aprendendo a encarar a rotina de uma forma positiva. afinal, a diversão pode até ser menos intensa, mas a saúde e a produtividade melhoram. e a culpa diminui litros. e assim, não quero soar derrotista ou conformada, mas realmente estou disposta a baixar os altos pros baixos  ficarem um pouco mais altos. chega de montanha russa.

ok, time's up. ainda tenho que descobrir o tamanho do rombo.