quarta-feira, 23 de outubro de 2013

15 minutos

É o tempo que eu tenho para vomitar antes de o namorado chegar que essa chuva está opressiva e namorar também porque o cara tem um histórico assombrador e ainda está colhendo os frutos de ter sacaneado a mina na forma de fofoca que causa choro dela em festas nas quais ele não está presente mas os ditos amigos sim, fofoca essa que serviu pra contar menos do que ela já sabia, segundo ele, mas de forma bem mais agressiva.

Não estava opressor até hoje de tarde. A história me atingiu mais do que devia, tendo dormido pouco e comido menos. Antes disso estava bem porque tinha sol e tempo e tranquilidade e barriga cheia de comidinha feita por mim mesma em casa. Hoje teve correria e chuva e encheção de saco pelo chat chato e o cigarro nos meus dedos agora em vez de me acalmar me baixa a pressão e suja meu teclado novinho recém vindo do conserto (verdade seja dita, ele mandou pro conserto pra mim, mais uma dívida pra minha conta de culpa por estar tão furiosa).

Achei que era ciúme a minha brabeza, porque ele acabou me contando que só soube de tudo isso porque mandou uma mensagem despretensiosa pra ela e levou patada. Mas me dei conta depois que não. Pelo menos não totalmente. Eu falo com meus exs o tempo todo, mas sobre coisas leves e projetos em comum. E a coisa é aberta, ele pode falar com quem quiser, na real. Se ele tivesse algo com alguém ia me incomodar mas ao mesmo tempo ia me fazer bem, porque a devoção indiscriminada dele me incomoda muito mais, pela hipocrisia intrínseca que acaba sendo gerada pela demanda que esse tipo de devoção cria em ambos a longo prazo. A liberdade tem um preço que eu estou disposta e decidida a pagar.

A questão é que com ela, especificamente, é sempre o relato de um drama desgastante, e eu não consigo deixar de odiar os dois: ela por ser loca e dependente e ele por ser um sacana com pose de coitado injustiçado diante das verdades que falam dele por aí. Tenho pena da falta de confiança dela. São informações com as quais ela nem deveria se importar porque afinal ele já contou tudo e era pra estar tudo na mesa e ela poder rebater fofocas com um "eu já sabia, falemos de outra coisa". Suspeito profundamente que ele não soube sugerir que esse era o motivo de estar contando tudo. Queria ser o grilo no ombro de cada um deles, pra pararem de ser loucos e me deixarem louca por tabela pensando em ser um grilo em vez da pessoa que sou.

A pressão estabilizou. Mais um cigarro, dessa vez sem escrever. Tenho pouco tempo mesmo.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

projeto sonho lúcido #2

só lembro do chefe.

do chefe gato.

lembro dele muito perto, do sorriso cúmplice, do hálito quente e cheiroso.

gangorra

brincava com a imagem da gangorra antes de saber da possibilidade congênita real da bipolaridade.

dores de barriga, palpitações, formigamentos nos dedos e ver pontinhos de luz é o que acontece quando tento controlar a gangorra racionalmente.

dá vontade de chorar.

dói o coração, fisicamente.

devo estar virando cardíaca, dói pra respirar.

perco inclusive a vontade inicial e repentina de loquiar porque estava de bom humor só de pensar na culpa de ter que organizar minha vida com namorado para ter que fazer o que eu já disse pra ele que ia ser, que é eu poder sair sozinha e ficar sozinha de vez em quando.

se eu não falo, depressão ou infarto.

se eu falo, depressão ou infarto.

se eu termino, depressão ou infarto.

depressão ou infarto.

depressão e infarto.

seeee-saaaaw.
seeee-saaaaw.
seeee-saaaaw.
seeee-saaaaw.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

I want some sugar in ma bowl

Sobre como não se pode trabalhar por menos do que se vale

Consciência de classe, ou o quê? Chapada demais para responder. Decidi não fazer o frila abusivo. Passei mais tempo me recuperando da decisão e me justificando por ter feito isso do que escrevendo o curriculo que eu disse que ia escrever para ver se consigo uns frilas melhores.

Mudei de ideia porque este post me fez fazer as contas direito.

Burra, pero no tanto.

Formigamento no cérebro.

Beijo.