sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Amor?

Estranho me comportar bem. Mais estranho ainda porque o momento não é nada propício, pra nenhuma das partes. Mas, aparentemente, quando a gente gosta da pessoa a gente faz funcionar. Veremos. Estar bem comigo mesma, como agora, é o que importa. Se ficar assim, posso até ir contigo morar na praia e plantar hortaliças. Só te liga, né, porque tu sabe o que eu preciso pra continuar querendo me comportar...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mentiras sinceras

Alguns me acham insensível. Malvada até.

Já vi nos olhos de amigos próximos a mistura de pena e nojo que só a confissão de ações extremas consegue produzir (extrema é modo de dizer, não matei ninguém). Te entendem, afinal conhecem teu contexto e sabem que às vezes é difícil se manter na linha (da moral burguesa cristã, mas enfim, o mérito hoje não é a validade da moral, é a moral como ferramenta). Ao mesmo tempo, te acham imoral, errada, má mesmo, e têm pena das pessoas que interagem contigo (e gostam de ti), porque, afinal, você não respeita nada mesmo, sua vadia.

Às vezes até eu me acho má. Me assisto, quase como se fosse de fora, contar mentiras e esconder coisas deliberadamente, e deliberadamente puxando a brasa pro outro (meu) lado. Muitas vezes o assunto em questão nem mereceria menção, mas dou um jeito de mencionar para reafirmar minha (falsa) inocência. Mais além, independente de ser verdade ou mentira, de ser fato consumado ou vontade, trato de parecer coerente, mesmo que não seja.

Então percebo que estou apenas tentando conservar as coisas de um jeito que os envolvidos se sintam bem, e reafirmar meu comprometimento emocional real a determinada situação (leia-se pessoa, já que tá ficando explícito mesmo). Não posso contar coisas que fiz a quem se importaria com elas de uma maneira ruim para si mesmo. Menos ainda devo machucar outras pessoas se o que aconteceu não mexeu comigo. E mesmo que tenha mexido, afinal, nenhuma interação passa em branco, não preciso divulgar se, passado o tempo necessário para que me transformasse, não vai interferir mais na minha vida. E, principalmente, tem coisas que a gente tem que resolver sozinha, internamente, sem falar no assunto. Mesmo quando não resolve nada.

Por um momento nas últimas semanas, depois de uma dose cavalar de ‘interações’, achei que tinha mudado. Achei que, agora sim, era uma pessoa normal e fazia o que se esperava de mim emocionalmente e estava radiante de tão feliz. Durou até a sexta-feira seguinte. Depois dessa, passei uma semana me prometendo que enough was enough. Durou até o sábado seguinte (passado). Hoje, menos ingênua, e com menos fé em mim mesma, só quero muito que nunca mais nada parecido aconteça. Mas, merda, dados os convites e planos, talvez só dure até amanhã.

No meio dessa balbúrdia e dessa mentirada e da confusão que está a minha cabeça, além de tudo, tem algumas ‘interações’ IMPOSSÍVEIS nessa jogada e que me perturbam mais do que as que acontecem, exatamente por serem impossíveis. E nessas não posso mesmo tocar, porque machucariam os envolvidos de um jeito que eu não tenho nem como conceber. Não vão acontecer, nem que eu me suma da vida de todo mundo, mas não vão. Canalhice tem limite e é bem esse. Mesmo assim, estar pensando nisso me faz sentir tão, mas tão mal... Tão, mas tão má.

Não sei mais se sou boa ou má ou louca. Não sei se o que define isso é o que penso, o que faço ou como faço. E na lógica do ‘como faço’, que é a definição que tenho usado pra me sentir menos pior, não sei mais se me escondo para poupar os outros ou para me livrar a cara. Neste exato momento, to mais pra segunda opção, embora a primeira seja imediatamente contemplada, o que deixa a coisa menos feia.

De qualquer forma, a merda geral e a certeza definitiva são a mesma e uma só: o que eu estou sentindo é amor, sim. E, dentro das minhas muitas limitações, meu objetivo é fazer com que essa pessoa ria mais do que chore e confie mais do que tema. Nem que pra isso eu tenha que mentir, pelo menos por hora.