quarta-feira, 17 de julho de 2013

ruivinho filhadaputa (2)

estou aqui já quase não bêbada às 4:30... mais vinho.

perfeito pavor de voltar a um estado de consciência que seja um pouco mais nítido do que o que está acontecendo agora. mais vinho.

bukowsky na veia. inclusive na constatação da podridão e da mediocridade e na consequente vontade de cagar a pau um ruivo específico. mais um título pro meu currículo: amante de um (quase) quarentão ruivo. mais vinho.

ele plantou isso em mim. não tem outro jeito de definir. depois de ter se declarado pra mim e ter sido rejeitado por ter namorada, ele entabulou conversas pela porra do chat por meses a fio mesmo assim, sendo cada vez mais awesome (ver aqui). então um dia ele me convidou para tomar uma cerveja e pagou toda a conta enorme enquanto eu estava no banheiro, e me fez querer pagar outra pra ele. mesmo porque a conversa tava simplesmente genial. mais vinho.

teve aquela noite de segunda. eu tinha prova no outro dia. depois de tentar convencer indiretamente a tomar uma cerveja e fracassar, me resignei a estudar enquanto conversávamos. minha vez de me declarar, declarando o suor das mãos. infarto iminente, aparentemente mútuo. digo, declaradamente mútuo, porque o que te declaram já vem com uma aparência que a pessoa que declara quer produzir, e eu já não sei mais se confio no que ele me disse. mais vinho.

na terça saí com as amigas. tínhamos combinado de nos ver na quarta. bebi com as amigas cidade afora até acabar em um beco sem entrada, totalmente lotado. desistimos de entrar na festa e rumamos pro boteco chinelo-caro da esquina de casa. chegando na esquina vejo o próprio ruivo, sem encontro combinado, materializado chegando pelo outro lado da calçada. sorrisos nervosamente incessantes. minha amiga sugeriu que fossemos todos pra minha casa. nessa noite dormi com ele pela primeira vez. o cheiro dele era azedo, e a pele era de cetim. mais vinho.

no dia seguinte fui até a casa dele. estranho no início, muito lixo, cheiros suspeitos. quando finalmente deitamos foi mágico, mesmo com os cheiros estranhos. a maleabilidade dele na cama era ainda muito mais do que eu esperava. mais vinho.

só nos vimos na segunda seguinte. no meio tempo decidi confessar minha agonia. ele já sabia. "tu me odeia, né?". "sim". aí deslanchou. mas depois deslanchou mais cumplicidade. pelo menos parecia. de novo na cama dele, agora limpa, ele disse que ia "resolver a vida", mas não disse quando... mais vinho.

desisti de ver por um tempo, pelo menos por hoje. não aguento estar fazendo isso. também não aguento não fazer. dor nas tripas. pelo amor de deus mais vinho. muito mais vinho.

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