quinta-feira, 4 de julho de 2013

amor à vida

vão tudo se fuderem, na boa. gente procurando mãe e pai biológico por aí... é muita romantização da coisa, aí sim, de um jeito nocivo à auto-estima, com hífen, da pessoa. olha em volta, olha esse mundo. quem já viu bebê perdido? e quem já viu bebe achado por aí e pegou pra criar? e os que nem tinham mãe, os que mesmo tendo não tinham, em quantos graus... se eu descobrisse hoje que sou adotada, não ia querer saber. não por mal, mas é que eu realmente acho que não é só sangue que faz isso com as pessoas, de elas se abraçarem e se amarem e se darem comida. se tivessem duas pessoas no mundo e elas não fossem parentes elas iam acabar se ajudando e se curtindo igual porque esse é o impulso que deveria existir, e que é sim mais fácil em grupos pequenos, taí a notícia da tendência do mini-wedding no yahoo pra não me deixar mentir. enfim.
tem a alusão não explícita ao aborto nesse título, na verdade anti-aborto, né, que se eu fosse um pouquinho mais nerd poderia lincar com umas teorias de discurso aí e fazer eles mudarem a porra da entrada da novela. acionava as feministas e denunciava que o corpo é de cada uma e calem a boca e parem de nos fazer parir quando a gente não quer pra depois demonizar a adoção, fazendo novela sobre as pessoas indo procurar mãe biológica... mesma coisa do pai biológico estuprador daquela lei estúpida desses religiosos filhos de chocadeira elétrica querem passar, estão passando, já devem ter passado e eu aqui...
aí a entrada ainda faz o pior uso imaginável de uma animação simplesmente sublime, transformando em meleca sentimental uma coisa que é bonita e legal e profunda. eles editaram, cortaram pedaços, mudaram o som e ficou uma bosta que eu não vou nem ir atrás pra ver de novo que dá náusea.
aí pensa que a bebê perdida no início é rica, filha da mina rica. é achada por uma família pobre, mas que se vira. tudo na mesma casa, se ajudando, que bonito. bonito mesmo, a ironia é nas outras partes. essa mina rica-mãe, por sua vez, aparentemente é adotada. e está procurando sua mãe. aguarde próximos capítulos. ou não. eu não, na real. mas eu sei de tudo isso porque a minha vó e o yahoo me contam. e eu espio se tiver passando. por isso que eu não tenho TV, ia viver deprimida constantemente com a minha feiura, além da burrice daquelas pessoas bonitas. e olha que eu nem sou tão esperta nem tão feia. eles é que exageram nas expectativas. e vai ter azar específico assim, parece novela mexicana, apelaçaum.
e ainda cortam e editam tudo o que passa na mão deles. e ainda fazem isso pra piorar as coisas, a exemplo da abertura. nem pecado isso não é, que pecado tem perdão (pra mim, né, o meu deus é amor). aquilo ali é pior, é inafiançável, é malvado mesmo. as pessoas tem mesmo que ir na tevê lá, porque a tevê materializa hoje a voz de tudo o que te dizem que tu tem que querer, desde dinheiro a tamanho de peito cor de pele carro viagens gianechini a bunda da sabrina sato etc. tevê não, míííídia.
o problema é o alcance e o discurso, só. de resto, eles são livres. mas usar esse discurso com esse alcance deles é maldade com o cidadão de bem. "eu espero ele em casa", diz a fátima bernardes sobre sua união duradoura. nenhum problema especificamente com esperar a pessoa em casa, é só o jeito, podiam ter dito "a gente espera o outro em casa". são dois jornalistas com horários diferentes, certo que os dois se esperam. mas eles posam de família comum e pregam que ela espera. e isso está nas entrelinhas ou eu to vendo coisas? com aqueles terninhos e cabelos bem penteados... minha vaidade anda num momento bizarro esses tempos em grande parte porque esses cabelos bem penteados e maquiagem e tudo muito no lugarzinho me dá nos nervos. é muito artificial, ao vivo ninguem fica assim o tempo todo. mas a expectativa sempre volta pro "melhor" que tu já viu. aí já viu, desilusão eterna. é isso que eles fazem com as pessoas, fazendo elas acharem que não se bastam, e por isso que não se mandam. satan's little helpers hehe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário