terça-feira, 2 de julho de 2013

cambia (casi) todo cambia

o encanto que as pessoas exercem entre si é uma coisa sensível. o cheiro das pessoas muda com o tempo, acho que a química pessoal interfere na nossa percepção química dos outros. não tenho mais tesão pelas pessoas que eu tinha, elas estão velhas e burras, mais que eu. talvez por isso os novinhos sejam tão atraentes, tem uma coisa limpa e cheia de energia e inocente neles que não morreu ainda. tem uns que parece que dá pra assistir morrendo, o que é mais triste ainda porque se vêem os relampejos do passado brilhando nos olhinhos ainda de vez em quando, junto com os prenúncios de um futuro triste e sem graça e pessimista e o caralho.

ver os meninos os três hoje no sol e não querer nenhum e ver que os outros que não me conheciam ficaram achando bom quando eu cantei foi bom pro ego, mas pareceu também vazio. tenho saudades de ter conversas de verdade com as pessoas. acho que vou conseguir uma dessas hoje. vou fumar ainda mais tb. melhor fazer café.

meu coração tinha que estar só um pouquinho mais no dinheiro do que na agradável contemplação do sol e fazeção de comida e tocação de peles do dia-a-dia dos vândalos vagabundos que não querem passar a vida inteira numa caixa. nem minha casa eu aguento mais. depois passa e eu volto a gostar, mas se não fosse inverno eu ia gastar bem mais tempo na rua e ia achar bem bom.

as frases que eu poderia estar escrevendo dançam na minha cabeça e não chegam nos dedos nunca. barulho de helicópteros. horário. temas de crianças, das que eu gosto hoje, que não vou entregar porque estou aqui reclamando da vida, de novo e de novo. helicópteros de merda. caixas de merda. cabeça de merda.

só não muda a minha sensação de que eu, individual e pessoalmente, não estou contribuindo em porra nenhuma pra melhorar a merda toda. eu tinha que ter um helicóptero. ou ser presidente. eu ia morrer assassinada nos dois casos.

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