quarta-feira, 20 de março de 2013

Testemunho

Comecei ontem a ler o livro da menina que escreve o blog Cem Homens em Um Ano. Junto com isso, estou terminando o prefácio de Amar, Verbo Intransitivo, do Mário, e peguei cozamigo A Casa dos Budas Ditosos do João Ubaldo. A pilha confessional e o tema "amor", com a polissemia necessária ao seu emprego, me fizeram ter impulsos levemente mais concretos do que eu quisesse escrever. Um conto, talvez... Algum episódio, meio ficção, meio biografia, os dois, e, portanto, nenhum plenamente... O Garcia Márques disse (eu li num dicionário dele editado por supermercado, então também não boto a mão no fogo pela referência) que o melhor jeito de contar uma história é dizer a verdade. Assim (!), juntar aspectos possíveis, verossímeis, ainda que não necessariamente reais, me pareceu um jeito possivelmente eficiente de contar uma verdade maior, à qual nem eu tenho completo acesso ainda, que reverbera em mim junto com as vozes que tentam formar linhas narrativas, ou pedaços delas, trechos de possíveis devaneios psicológicos, sensações que eu não sei se sei traduzir, mas às quais eu acho que as pessoas deveriam ser ao menos expostas...

Por hora, o que posso dizer é que sim, "amar" é intransitivo, na essência. Mas que a intransitividade não o impede de transitar-se à posição de quem objetifica, e, portanto, idealiza e, idealmente, interfere.

Perco o tesão de explicar no meio, portanto deixo assim. Os próximos textos podem vir a aplicar isto, se eu conseguir.


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