quinta-feira, 21 de março de 2013

Ruivinho filhadaputa

Sempre que falei de sexo por escrito, numa conversa que não fosse com as amigas, foi com desconhecidos da internet. Com alguns desenvolvi paixonites e relações que se aprofundaram em mim, com outros era só o falar por falar mesmo. Mas sempre envolveu uma coisa explicita, do tipo "vou fazer isso e isso" e com respostas diagnosticando os níveis hormonais.

Mas indagorinha tive um vislumbre de tesão numa conversa que não tinha nada a ver com o assunto. Tirando sarro de fundamentalistas, falamos de maneiras cristãs de procriar, sobre tabelinha e papa e bolsonaro. A cada risada eu sentia uma pontinha de cosquinha no fio que eu sinto que tenho que puxa meu coração pra trás em movimento de torção ao mesmo tempo que me abre toda. Não sei dizer.

Gosto desse cara. Ele tem namorada, à distância (e, pelo que eu soube por cima, há anos). E é um dos melhores amigos de uma de minhas melhores amigas. Território proibido, portanto. No entanto, não consigo não corresponder com o melhor de mim cada vez que ele fala comigo, porque eu já gostava dele antes de saber que ele gostava de mim, e sabia que ele gostava de mim antes de saber que ele tinha uma namorada. Aí, quando eu mesma digo "tabelinha pode" na conversa debochada, sinto como se tivesse dizendo "eu transo e você também, que tal?".

"Gostar" não é o melhor verbo, mas não achei outro. Ele me interessa. E me diverte. E continua falando comigo mesmo quando eu disse que não queria nada com ele PORQUE ele tinha namorada. É um filhadaputinha disfarçado, provavelmente. Agora que me lembro, notadamente. Essa minha amiga me disse, quando eu falei dele, que recém agora ele parou de sacanear a namorada. Penso nisso e penso que a culpa não seria minha, afinal a namorada é dele. Mas morro de vergonha da amiga, então por hora isso está fora da discussão.

Mas né, conversa vai, conversa vem, a gente se fala umas quantas vezes por semana. E eu nunca posso convidar ele pruma ceva. Difícil a vida.

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