segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

here we go again. apertem os cintos que o coração está a bordo de novo.

as pessoas dizem que botar sal na comida duas vezes é sinal de amor. uma alusão a como a gente fica meio bocó quando aparece alguém que parece com tudo o que a gente nem sabia que queria. a gente fica lembrando rosto, textura, cheiro, palavras, sorrisos. e fica tentando descobrir o problema da pessoa, porque como assim alguém desse nível está dando sopa por aí? adeus rango, desculpa.

a gente tem o costume de riscar coisas com o tempo. nunca mais namoro alguém que [insira hábito irritante]; qualquer coisa menos [insira profissão/estilo de vida]; não sei como eu aguentei tanto tempo alguém que gosta de [insira estilo musical/literário/cinematográfico]. às vezes essa lista vai ficando tão grande que vai dando preguiça mesmo de procurar, e a preguiça traz consigo uma tristezinha discreta de se achar velha, de não ter fé. a falta de fé me fez apelar para o meio mais pós-moderno de conhecer gente, olááá tinder. decidi que nem ia falar com ninguém, deixar eles virem, ser bem passiva e cumprir meu papel receptivo na sedução sem fins afetivos.

mas mesmo com preguiça, acabei falando com ele por causa da bio. uma boa bio. e aquela gatisse toda, que sorriso. e que desenhos. pensei que mesmo sem uma paixão avassaladora talvez fosse divertido, ele parecia inteligente e meus hormônios precisavam de alguém. outros já tinham convidado, mas por algum motivo ninguém tinha me agradado ainda. nem pra algo isolado. mas ele, a cada troca de mensagens parecia mais parecido comigo, foi dando vontade genuína de ver. 

combinamos pro mesmo dia, parecia que os dois tinham reservado aquela noite sem combinar. acabamos tendo o melhor primeiro encontro da história dos primeiros encontros em toda existência. hamburguer gurmê e 01 cerveja. na cerveja rolou o beijo, que eu queria há horas mas tinha medo de parecer apressada. espontaneidade é tudo, mas um pouquinho de estratégia não faz mal. decidi que ia esperar, se ele não mencionasse passar a noite ia deixar pra próxima, que certamente haveria. a falta de fé me deixou malvada até comigo, que sempre disse o que eu queria. mas ele perguntou, tímido e sorrindo ao mesmo tempo. eu disse que sim. ele gostou dos meus desenhos, dos meus cheiros e das luzinhas.

não sei se são os meus hormônios, ou o fato de que ele é irresistível, intelectual, artística e sexualmente, mas meus silêncios mentais agora são povoados por ele, há três dias. que pele, que olhos, que piadinhas simpáticas. e que mãos. e que boca.

eu queimei a pele pensando nele, o sal demais é o irmão mais velho do protetor de menos. divagando, molhei o corpo todo na água salgada e depois sequei infinitamente ao sol, imaginando que aquele calor vinha do corpo comprido e amarelo-branco dele, jogado descansando sobre o meu, beijando minha nuca e rindo do arrepio que me dá. ele disse que ia junto na próxima e eu fiquei imaginando os cabelos dele voando, a pele salgada, os olhinhos apertados no sol...

exagerei no devaneio e estou torrada.


ainda assim, nem a dor me convence de que não valha a pena. só saber que eu ainda consigo sentir isso é reconfortante. amar e se queimar é tão 15 anos. <3

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