segunda-feira, 27 de outubro de 2014

constataçoas de prazo apertado

eu não tenho direito ao teu tempo, nem à tua energia, mesmo que tu tenha os meus a plena disposição. se eu sei que tu precisa e quer que eu ajude, é com gosto que eu paro o que estou fazendo pra participar do que quer que seja que tu queira que eu faça. mas o mundo é uma ciranda, não uma mesa de pingue-pongue. eu tenho outras pessoas que parariam suas vidas para me atender, quando tu não. claro que eu preciso de ti agora, infelizmente, é verdade, mas a energia de ti pra mim vem mais pesada que a de mim pra ti. eu estou quebrando a cabeça para descobrir um jeito de me independizar porque eu sei que pra ti é um esforço se doar pra mim do jeito que eu preciso, esse nível de intensidade, pra mim, de ti, não é natural. tu ainda tenta, por compaixão e por senso de dever, porque tu sabe que a minha doação pra ti é espontânea, e eu sinceramente acho isso lindo. é triste, pro meu lado, mas é lindo. é lindo porque tu quer ser legal, e é triste porque tu não consegue sempre e eu tenho que esperar ou me virar, e as duas coisas me doem sobremaneira. nem doem por si mesmas, mas pela tua ausência constante. de outras pessoas eu nem sinto. tem gente que eu amo e mesmo assim pode passar meses sem falar comigo e eu sigo amando sem rastro de dor. mas tu, parece que se tu não estiver interagindo comigo me falta algo. eu me sinto patética de te precisar para coisas práticas dessa vez, principalmente porque minha alma está calma o suficiente para constatar todas essas verdades. se não fosse o assunto prático, eu provavelmente conseguiria ter te deixado quieto (será?). desculpa, pra variar. não quero encher o saco. só tenho medo, e tu me acalma. é incompreensível até pra mim, mas a tua atenção me acalma. mas eu consigo me acalmar sozinha, não se preocupe. só demora mais, e o tempo é curto. mas vai dar tudo certo.

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