terça-feira, 22 de julho de 2014

stay gold

eu queria que esse azul de agora no céu não passasse nunca, do mesmo jeito que eu queria que não tivesse passado a hora que nos escorreu entre os dedos de manhã, nem a madrugada que parecia que não terminava e terminou, nem quando nossos joelhos ficaram encostados embaixo da mesa do prato feito de 7 pila enquanto os troncos fingiam que a gente nem se pega, nem aquele momento furtivo quando a gente ficou pra trás de todo mundo depois do almoço e deu as mãos e apertou bem e disfarçou o sorriso perguntando se tinha feijão no dente, nem essa sensação de ser aberta por dentro quando respiro o ar que paira na volta dele e me persegue que nem fumaça enfeitiçada de desenho animado - chega a ter um dedinho que faz "vem vem".

nessa época ano passado eu tava loca igual (talvez mais, porque agora tem essa paz linda que ele me transmite, o ruivo era pura agonia). e esse é exatamente o ponto, em algum momento da história o cheiro dele tende a parar de me abrir, como os outros já pararam antes. e eu realmente queria que não dessa vez. é a primeira vez que eu não tenho defeito pra botar. pelo contrário, a convivência fica cada dia melhor. eu fico cada dia melhor, porque ele é uma ótima influencia pro meu serzinho caótico. esse momento de ascensão eu queria que nunca nunca passasse.

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