Quando a cama adquire um
formato que não é mais o do meu corpo, fumo a baga na mesa de cabeceira, e,
quando sinto o conhecido baixar dos olhos, acendo um único cigarro. Às vezes
dois. Nesse tempo, acho que penso em ti, mas penso em mim contigo. E desejo que
esse tu não mude a cada noite, embora seja exatamente isso que eu busco. Sentir
o teu cheiro no que ele tem de diferente de outros me enlouquece, e eu já não
sei mais dizer o que eu prefiro. Loucura, companhia, conforto, liberdade,
solidão. Todas as anteriores. A solidão é o alimento do gênio, alguém disse. A
vida contigo me prende, mas há de fato quem (me) coma o que eu faço quando fico
sozinha?
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