Quando a cama adquire um
formato que não é mais o do meu corpo, fumo a baga na mesa de cabeceira, e,
quando sinto o conhecido baixar dos olhos, acendo um único cigarro. Às vezes
dois. Nesse tempo, acho que penso em ti, mas penso em mim contigo. E desejo que
esse tu não mude a cada noite, embora seja exatamente isso que eu busco. Sentir
o teu cheiro no que ele tem de diferente de outros me enlouquece, e eu já não
sei mais dizer o que eu prefiro. Loucura, companhia, conforto, liberdade,
solidão. Todas as anteriores. A solidão é o alimento do gênio, alguém disse. A
vida contigo me prende, mas há de fato quem (me) coma o que eu faço quando fico
sozinha?
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Obrigada a todos os envolvidos
Batom, biquíni de bolinhas e um grampo de flor, colocado por
mim, segurando o cabelo comprido só de um lado. Você agia como se estivesse finalmente livre e me libertava sem querer: para continuar perto, eu também precisava entrar na
parte de mim mesma que eu nunca mostro.
E então, justo eu, que não me sentia
capaz de comer ninguém, tive que me curvar e aceitar o desafio porque tudo era simplesmente
irresistível e eu não ia te deixar esperando.
Aprendi a puxar, a morder, a lamber, a arranhar e a falar. Tudo
doce, quente, escorregadio. E senti prazer em dar prazer simplesmente porque
você confiava em mim o suficiente para querer aquilo, e quase morri de
realização quando senti teu gozo escorrendo pelo meu corpo. Tudo doce, quente,
escorregadio.
E vi em ti o que eu instintivamente fazia com os outros, e me
amei também, através de ti, do jeito mais bonito que já me aconteceu.
bearded
pin-ups are fucking hot, my dear, dear friend!
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Fluidez
Não é nos teus olhos que está tudo o que precisa ser dito,
mas eles dizem que tudo o que está sendo dito pela voz e pelo corpo é sincero e
relevante naquele exato momento.
Não é [só] do formato do teu corpo que eu tenho vontade, mas do
cheiro das coisas, do jeito que ele se mexe e dos barulhos que ele faz quando nossas mãos dançam tango na mesa do bar.
A pedra lapidada com os dizeres “para sempre”, por mais que
dure, imponente e estática, não vive tanto quanto aquela gotinha que sai da terra rio
abaixo doída e vertiginosamente até o mar só pra voltar voando feliz da vida.
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